O presente memorial acompanha o processo de uma pesquisa que se propõe a um desafio reflexivo, performático e autobiográfico das tramas, travessias e costuras que se dão na formação contínua de uma arte-educadora, muito antes da graduação e muito depois da titulação. O percurso se apresenta em uma caminhada constante de construção humana através das mediações que fazemos do mundo, das relações que estabelecemos e vivenciamos ao longo da vida. No decorrer do memorial, pretende-se discutir qual a importância de olhar para a trajetória de uma professora-artista, cujo eixo propulsor reside na inquietude da pressa, revelando as contradições e as singularidades frente à racionalidade instrumental, à cultura de massa e à sociedade de consumo do mundo moderno. Para esse fim, a pesquisa recorre a duas palavras/imagens conceituais - a Trama e a Flecha - que atuam como metáfora e metodologia para dirimir e estruturar sua narrativa performática. A primeira surge nas práticas de bordar o tempo ao performar sobre meus arquivos criando novas conexões epistemológicas e existenciais que transcendem a linearidade cronológica. Em contrapartida, a flecha representa os atravessamentos significativos que ocorreram e ocorrem em minha caminhada de formação, como um saber transmissível e compartilhado pelas experiências vividas que refaço em minhas próprias dinâmicas como arte educadora.