A PESQUISA
A TRAMA E A FLECHA: práticas de ressignificação da pressa
na formação de uma arte-educadora.
Esta pesquisa, de natureza reflexiva, performática e autobiográfica, nasce da inquietude gerada pela Pressa — um motor que revela as contradições do mundo moderno e suas implicações na formação contínua do arte-educador. O foco é ressignificar este ritmo frenético, impulsionado pela lógica neoliberal, que afeta as experiências humanas e a apreciação de processos criativos profundos. Para tanto, o estudo se estrutura em dois dispositivos conceituais: a Trama, que borda o tempo e tece novas conexões existenciais, e a Flecha, que configura saberes transmissíveis e compartilhados, convidando à transformação da Pressa em potência criativa.
pressa
Contexto/Causa: A pressa como produto do neoliberalismo.
Diagnóstico/Problema: O que ela afeta (formação, criatividade, experiência).
Paradoxo/Solução: Como ela se torna o motor para a trama e a flecha.
trama
Contexto/Causa: A trama surge pela necessidade de desacelerar e reorganizar o tempo fragmentado, em resposta à urgência imposta pela pressa. Cria-se as práticas de bordar o tempo ao performar sobre os arquivos pessoais e as memórias do corpo memorial da arte-educadora.
Diagnóstico/Problema: Enfrentar a fragmentação da memória, a linearidade imposta à formação e a invisibilidade das experiências não-arquivais que constituem o saber docente.
Paradoxo/Solução: Transforma o tempo fugidio e linear em um tempo bordado e espiralar (circular/contínuo), ressignificando o arquivo pessoal. A trama converte a subjetividade individual em um método de pesquisa que gera novas conexões para a caminhada de
formação de uma professora-artista.
flecha
Contexto/Causa: A flecha emerge da urgência em compartilhar o saber gerado durante uma contínua caminhada de formação. Baseia-se na ideia de um conhecimento direcionado e transmissível, que busca transformar a reflexão individual em um vetor de mudança coletiva.
Paradoxo/Solução: Transforma o saber subjetivo (proveniente do si e da trama) em um saber objetivado, compartilhado e ressignificado (mirando o nós). A flecha configura o alvo, fornecendo a direção e a estratégia para que o arte-educador possa agir conscientemente, em um saber ancestral do educador que se dá muito antes da graduação e muito depois da titulação.
