FAÇA SEU ATELIÊ BIOGRÁFICO
Ao dar forma para a vulnerabilidade da vida, as práticas de bordar o tempo contemplam diversas maneiras de estar presente em ação: fiando e desfiando, compondo e escrevendo, fazendo e desfazendo, riscando e arriscando, colando e descolando, cores, linhas, pontos e nós.
No bordado tempo criamos um território propício para que as memórias, imagens, sons, cheiros e lembranças táteis sejam desveladas. Sentidos disparados, em uma nova maneira de observar e, por conseguinte, existir (presente, passado e futuro).
Metodologia-Convite:
Mapeie sua Pressa: registre à sua maneira às urgências, as aflições e os ritmos que regem seu tempo de arte-educador.
Olhar com atenção para seus arquivos pessoais, sejam eles documentos, fotos, cartas, objetos, entre outros.
Organizá-los em grupos ou qualquer outra forma de distribuição que lhe dê clareza sobre o porquê da guarda dos mesmos, suas intenções e lembranças. Fazer perguntas sobre de onde veio, quem pertence, e outras que julgar necessárias.
Escolher materiais e suportes do seu cotidiano que lhe estimule para a investigação manual, na busca por expressão, de revelar o que está oculto ou não muito evidente nos documentos.
Produzir ações livres e espontâneas sobre seus arquivos com o uso dos materiais/suportes escolhidos, sem a preocupação de uma produção dentro de padrões estéticos. A única regra é estar presente, consciente, entregue para as repetições, as manualidades, os riscos e todas as induções que seu corpo memorial provocar. Revela-se aí o desejo. Nesse momento, se solte, ouse, não pense em questões como “será que devo? Para onde isso irá levar?”. Ao bordar o tempo essas respostas irão se apresentar a partir da própria experiência.
Provocar no seu corpo, em suas memórias, em suas reflexões, todos os tipos de sentidos a partir do arquivo. Pergunte sempre, ao acabar tente mais, recorde que a clareza do sentido só será possível ao final da trajetória do bordar o tempo, na caminhada não queira certezas. E quiçá, ao final, ainda não virá. Por isso, permita-se.
Registrar por anotações, vídeos e/ou imagens suas reflexões produzidas nos momentos das práticas, e também após, a conclusão das atividades.